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No Brasil, o cenário interno aponta para uma desaceleração gradual da atividade econômica, mas com importantes pontos positivos. O mercado de trabalho tem surpreendido com a geração de empregos em ritmo superior ao esperado, mantendo o desemprego em níveis baixos e ampliando a formalização dos contratos, o que, por sua vez, resulta na elevação da massa salarial. No entanto, a inflação ainda se mantém elevada, especialmente no núcleo de serviços, o que pressiona o poder de compra e gera desafios para a estabilidade dos preços.

Em resposta a esse cenário, o Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou a taxa básica de juros em 1% e sinalizou a possibilidade de novos aumentos para conter os riscos inflacionários. Paralelamente, o governo apresentou ao Congresso um projeto de lei que propõe a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês e estabelece um piso tributário para rendas superiores a R$ 50 mil, a fim de compensar a queda na arrecadação. Além disso, foi lançado o programa Crédito do Trabalhador, que facilitará o acesso ao crédito consignado com desconto direto em folha e garantia do FGTS.

Em março de 2025, o ambiente global foi impactado por intensas incertezas e mudanças nas políticas econômicas. Nos Estados Unidos, a nova administração adotou uma postura protecionista ao anunciar tarifas elevadas. Inicialmente 25% para automóveis e, posteriormente, tarifas mínimas de 10% para todos os países, com percentuais ainda maiores para economias asiáticas e da União Europeia. Essas medidas aumentaram a incerteza em relação ao comércio internacional, contribuindo para quedas significativas na bolsa americana e na desvalorização do dólar, enquanto o ouro atingiu níveis recordes, evidenciando a busca dos investidores por ativos de proteção.

Na Zona do Euro, os países europeus também enfrentam desafios. O Parlamento da Alemanha aprovou um aumento expressivo dos gastos públicos com o objetivo de estimular o crescimento econômico e os investimentos em defesa. Embora os dados de atividade econômica apresentem resultados mistos, com o setor manufatureiro se destacando e o setor de serviços mostrando desempenho mais fraco, a inflação núcleo ficou abaixo das expectativas. Essa situação permitiu que o Banco Central Europeu reduzisse a taxa de juros, adotando uma política monetária menos restritiva e sinalizando que futuras medidas serão avaliadas a cada reunião.