Caros participantes, considerados os recentes eventos que todos têm acompanhado, julgamos importante tecer alguns comentários e reforçar nossa filosofia, processos e visão de longo prazo.
Em meados de fevereiro, enquanto a situação se agravava na China, o mundo percebeu que os impactos econômicos decorrentes da tentativa de se evitar a rápida disseminação do coronavírus seriam severos, duradouros e que não ficariam restritos àquele país. Desde então, o que se viu foi um abrupto aumento da percepção de risco pelo mercado, potencializado com a rápida chegada e agravamento da pandemia no mundo ocidental. Os efeitos decorrentes do isolamento social, do fechamento temporário de indústria e comércio, da diminuição do fluxo de viagens nacionais e internacionais, provocaram pânico e o entendimento de que este momento representa uma das maiores crises da história recente. Como se não bastassem às preocupações com as consequências econômicas da pandemia, a menor demanda por petróleo acrescentou-se um aumento da oferta, após decisões unilaterais de importantes produtores, levando o preço da commodity aos níveis mais baixos registrados nos últimos 20 anos. Esses acontecimentos podem ser caraterizados pelo que o escritor Nassim Taleb chamou de “cisne negro”, um acontecimento altamente improvável e de grande impacto.
Neste ambiente extremamente conturbado a volatilidade dos mercados, isto é, a magnitude da variação de preços dos ativos, atingiu níveis sem precedentes históricos, chegando a atingir em 16 de março nível superior ao vivido durante o pior dia da crise de 2008. A dificuldade dos agentes de avaliar a extensão do cenário aumentou a velocidade e magnitude das decisões de venda em direção à liquidez. Neste contexto, em que todas as classes de ativos sofreram perdas significativas e não houve porto seguro para onde correr, as carteiras da Fundação Copel também enfrentaram dificuldades, especialmente aquelas que compõem os planos CDS, PLANO III – capitalização e Família.
Todas as classes de ativos se deterioraram durante o mês de março. Os títulos do governo (índice IMA-B – títulos indexados à inflação) tiveram rentabilidade negativa de -7%, fundos imobiliários (IFIX) de -16%, além de remarcação negativa relevante nos títulos de crédito privado e moedas. O maior impacto foi na bolsa de valores. No mês de março a bolsa americana, medida pelo índice S&P500 acumulou perdas de -13% e a bolsa brasileira (índice Bovespa) fechou o mês com queda de -30%. As carteiras da Fundação Copel também foram impactadas. A parcela Capitalização do Plano III obteve em março rentabilidade de -9,86%, enquanto o Plano Família teve rentabilidade de -11,93%.
Diante desta realidade, acreditamos que, como sempre, a abordagem de investimento tem que ser de longo prazo. É importante reforçarmos que o processo de investimentos da Fundação Copel é organizado, com foco em alocação estratégica (proporção ideal de títulos, ações e demais classes para o longo prazo), na seleção dos melhores ativos e gestores, aliado a uma cultura e filosofia de investimentos com visão de longo prazo.
Esta estratégia aplicada nos últimos anos tem trazido resultados extremamente satisfatórios. Embora a queda observada durante este período historicamente desafiador traga um desconforto grande, é importante destacar que desde 2016, a parcela Capitalização do Plano III obteve um retorno de aproximadamente 69%, ou 13,1% ao ano (equivalente 161% do CDI), mesmo considerando este impacto de março, o que significa um crescimento bastante satisfatório do patrimônio do participante, sem levar em conta os aportes feitos mensalmente pela patrocinadora e pelo próprio participante. Já o Plano Família acumulou de seu início até o final do mês de março de 2020 rentabilidade de 22,1%, ou 8,93% ao ano (149% do CDI).
Consideramos que o cenário à frente deve se manter desafiador, são esperados impactos recessivos sobre a atividade econômica e por consequência uma variação negativa do PIB neste ano. O nível de incertezas deve permanecer alto, com permanente reavaliação do impacto na economia e da situação fiscal do país, além das dificuldades adicionais causadas por uma escalada do conflito político entre poderes.
O participante deve estar ciente de que os ativos de risco podem oscilar no curto prazo e os planos da Fundação Copel estarão sujeitos a esses movimentos e, dadas as características desse produto, reforçamos a importância de avaliar a rentabilidade em horizontes longos. A Diretoria da Fundação Copel, bem como o Conselho de Deliberativo, Comitê de Investimentos e todo o time de investimentos, reafirmam o comprometimento pela busca da excelência, com vistas a promover segurança e rentabilidade aos recursos dos nossos participantes.